Entenda quais podem ser as consequências, caso você queira agradar alguém com cachorro ou gato como presentes de Natal
Um filhotinho de gato, ou cachorrinho, podem ser os presentes mais fofos que existem para agradar alguém muito querido neste Natal. Imagine aquele momento em que a pessoa receber o presente incrível que você tem para ela, representando todo o amor, apreço, e todo o carinho do mundo! Um filhote com uma linda fita cintilante no pescocinho, pronto para ser mimado, beijado e afofado. Só que há muita coisa para se considerar antes de demonstrar o seu apreço presenteando com um pet.
Mas, um animalzinho doméstico, seja um cão, um gato, passarinho ou hamster, demanda cuidados. Cada um tem necessidades diferentes e muito particulares. Mas a primeira coisa que um pet demanda é a dedicação do dono. É ele quem vai alimentar o bichinho, levá-lo para tomar as vacinas necessárias, sair para passear, limpar os pelos que ficam soltos pela casa, trocar a areia do sanitário onde ele faz o cocozinho e cumprir dezenas de obrigações em relação ao pet. Veja lá se esse não vai ser um presente de grego.
Bem-vindo à realidade dos cães e gatos abandonados. São 30 milhões de animais desamparados no Brasil, segundo a OMS
A não ser que isso não seja uma surpresa, e que a decisão de ter um pet parta da pessoa que vai ser presenteada, nunca transforme um animal de estimação em um presente. Em novelas e filmes isso é muito bonitinho, mas, bem-vindo à realidade dos cães, gatos e outros animais domésticos abandonados. Dados da Organização Mundial de Saúde, revelam que existem pelo menos dez milhões de gatos e vinte milhões de cães abandonados no Brasil. Apenas uma cadela não castrada e seus filhotes podem gerar até 67 mil outros animais em um intervalo de seis anos. Uma gata não castrada e seus filhotes poderiam gerar outros 370 mil animais em situação de risco.
De acordo com o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, FNPDA, a solução para o problema passa pela criação e acionamento de programas de controle populacional, com a castração e disseminação de conceitos de guarda responsável. Não é grande o número de pessoas sensíveis aos problemas dos animais de rua, que passam fome, sede e que são acometidos por doenças que irão lhes causar muito sofrimento. Eis a grande questão. A pessoa que você pretende presentear com um fofíssimo filhote está preparada para receber e cuidar do animalzinho?
A decisão de adquirir ou adotar um pet requer muita reflexão. Lembre-se de que a vacinação, a alimentação e cuidados veterinários não são de graça
Essa pessoa costuma viajar muito? Se viajar, vai levar o pet junto com ela? Como ficam as férias, logo depois do Natal? Essa pessoa mora em um apartamento pequeno ou em uma casa ampla e ensolarada? Você sabe de que tamanho o pet ficará quando crescer? Essas e outras dezenas de perguntas precisam ser feitas antes de qualquer coisa.
A decisão de adquirir ou adotar um pet requer muita reflexão, antes de qualquer coisa. Lembre-se de que a vacinação, a alimentação, os cuidados veterinários (incluindo os imprevistos) não são de graça. Quem tem um pet costuma gastar algum dinheiro com guias, coleiras, peitorais, roupas para o inverno, xampus e sabonetes especiais, banho e tosa e aqueles petiscos que os bichinhos adoram, muitas vezes irresistíveis à compra. Isso tudo tem um custo mensal, que foi até levantado no Estudo CVA Pet Care 2016, em meados desse ano.
Esse estudo revela que o brasileiro gasta, mensalmente, R$ 231,00 com seus cães e R$ 187,00 com os gatos, em média. Em alimentação, os cachorreiros investem em média R$ 129,00 , enquanto os gateiros despendem R$ 112,00. Os cães acabam tendo uma manutenção mais cara por conta do banho e tosa, exigindo do dono pelo menos R$ 102,00 por mês. Quem tem gato não tem essa despesa, mas precisa retirar do bolso R$ 75,00 para comprar e repor a areia sanitária.
A verdade é que animais não são objetos e, por uma questão de respeito, nunca deveriam ser dados como presente. Cães e gatos são seres vivos e possuem sentimentos e emoções. Merecem dignidade. Felizmente, a mesma pesquisa, que foi realizada pela CVA Pesquisa de Mercado e Consultoria, mostra que 1% considera cães e gatos “somente um animal”, ao passo que 30% os consideram um membro da família.
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