Vamos voltar no tempo e resgatar da memória as aulas de ciências, mais especificamente, as aulas sobre doenças transmitidas por insetos. Se sua memória for boa, você provavelmente pensou em doença de chagas, malária, alguns dos principais males provocados por esses seres minúsculos e inconvenientes. Mas, e a leishmaniose? Passou pela sua cabeça?

A leishmaniose pode atingir tanto animais quanto seres humanos e é provocada pela picada do mosquito infectado. A forma mais grave da doença, a leishmaniose visceral, é considerada a segunda doença parasitária que mais mata no mundo. Países tropicais como o Brasil estão mais sujeitos a apresentar casos da doença, já que o clima quente colabora para a proliferação de mosquitos durante o ano todo, mas sabemos que mesmo em climas amenos ou frios, os mosquitos continuam a procriar.

Além de oferecer risco de morte ao ser humano, a doença também pode acometer os pets, e são poucos os tutores que têm conhecimento sobre esse fato. Uma pesquisa realizada pela Bayer revelou que apenas um em cada três tutores de cães ouviram falar sobre a doença. E a principal fonte de informações são os profissionais da veterinária.

Entenda a leishmaniose

A leishmaniose é uma doença provocada pelo protozoário parasita Leishmania infantum, que pode ser transmitida tanto para animais quanto pessoas (considerada, portanto, uma zoonose) por meio da picada da fêmea infectada do mosquito Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha). Diferente do mosquito da Dengue, esse hospedeiro se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como lixo, folhas, frutos, galinheiros; tornando o controle muito difícil.

A transmissão só acontece após o mosquito-palha picar um reservatório da doença, ou seja, alguém ou algo que está infectado pelo protozoário. É dentro do mosquito que esse parasita amadurece e é transmitido após a picada em seres saudáveis que podem ser cães, gatos (mais raramente) e humanos. O simples contato com pessoas ou animais infectados não provoca a transmissão.

O tempo de incubação da doença, entre a picada e os primeiros sintomas, varia de organismo para organismo, podendo variar entre 3 meses e 7 anos. Entre os animais, cães e roedores são os representantes mais comuns de reservatório da doença, mas os felinos também podem adquirir e transmitir a leishmaniose e estão expostos aos riscos – mesmo que a ocorrência seja mais rara entre eles.

O mosquito transmissor da doença é muito pequeno, o que aumenta a necessidade de prevenção e proteção. Atitudes simples, como instalar telas em janelas e portas, evitar o acúmulo de lixo, usar repelentes específicos e colocar coleiras antiparasitárias, que evitem a transmissão da leishmaniose, já contribuem para frear a doença.

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Sintomas

Há duas formas de leishmaniose: a tegumentar ou cutânea e a visceral. A tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acometem o homem e provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. A visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos.

Os primeiros sinais de transmissão da leishmaniose aparecem na pele, em forma de feridas no local da picada recobertas por crostas ou secreções purulentas. Essas feridas podem formar nódulos e causar cicatrizes permanentes no corpo, além de ínguas. A mucosa da boca ou do nariz também pode ser afetada, gerando lesões inflamatórias e, caso não haja tratamento adequado, formação de úlceras.

Com o tempo e a inoculação do protozoário, os parasitas começam a atacar as células de defesa e derrubam a imunidade do organismo. Com isso começam os sintomas da leishmaniose visceral, mais grave, como anemia, perda de peso, febre e fraqueza.

Os parasitas se concentram no baço, fígado e medula óssea, o que provoca o crescimento dos dois primeiros órgãos e dos gânglios linfáticos, consequentemente resultando no inchaço do abdômen. Os glóbulos brancos e plaquetas sofrem modificações, provocando também hemorragias e infecções bacterianas. Essa é a fase mais grave da doença que, se não for tratada, pode ser fatal.

A leishmaniose canina também possui sintomas variáveis. O parasita pode prejudicar diversos órgãos internos como rins, fígado, ou mesmo estruturas como o sistema digestivo. Cada lugar agredido trará uma consequência correspondente. Entre as mais comuns estão vômito, diarreia, sangramento nas fezes, perda de apetite, desidratação e irregularidade no trato urinário. Quando a medula óssea é atacada, por exemplo, a produção de células sanguíneas diminui. Isso pode gerar anemia e deixá-lo predisposto a novas infecções.

Como é feito o diagnóstico?

Somente um médico veterinário é capaz de fazer um diagnóstico preciso, a partir de exames clínicos e laboratoriais, que irão atestar se o pet tem ou não leishmaniose. É preciso comprovar a presença do parasita no corpo do paciente, e por isso os testes mais efetivos demandam amostras de tecido, gânglios linfáticos ou da medula espinhal.

Proteção contra leishmaniose, pulgas e carrapatos

Prevenir é o melhor caminho para manter a saúde dos pets. Por isso a melhor forma de evitar a leishmaniose em pets é a vacina específica para prevenir a doença, com a função de reforçar a resposta imunológica deles. Além de impedir a contaminação dos animais, ela controla a transmissão em humanos. Quando o mosquito transmissor pica o pet vacinado ele não aloja o protozoário causador da leishmaniose, devido aos anticorpos da vacina presente em seu sangue, impedindo a transmissão da doença.

A vacina contra leishmaniose para os pets é voltada apenas para os cães. Ela representa a vida para animaizinhos que poderiam ser infectados e sacrificados. No primeiro ano de vida, após o filhote completar 4 meses, são aplicadas três doses da vacina contra leishmaniose, com intervalos de três semanas entre cada. A partir do segundo ano, a vacina é anual.

 

Saiba mais sobre as vacinas em pets acessando o artigo.

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